sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Erro de Acentuação Gráfica

Atualmente, após o recente Acordo Ortográfico, a língua portuguesa passou a ter 26 letras. Mas o número de fonemas e das diferenças entoações é maior (só com as vogais, por exemplo, temos 12 fonemas). É exatamente por essa diferença numérica que fomos obrigados a criar recursos auxiliares na representação gráfica dos fonemas e entoações. Por isso surgiram os sinais diacríticos ou notações léxicas (til, cedilha, acentos agudo, grave e circunflexo, hífen, trema e apóstrofo) e os dígrafos, esses também para adaptações ortoépica.
A acentuação gráfica é, por isso, uma necessidade da escrita para representar corretamente a pronúncia das palavras. É evidente que "medico" é diferente de "médico" e, na fala, isso não representa qualquer dificuldade. Mas como representar as duas pronúncias na escrita? Aí entra o acento gráfico colocado sobre o acento tônico da palavra representada: médico. "Amássemos" e "amassemos" não apresentam complicação na fala, mas apresentariam na escrita, mesmo sendo verbos diferentes, se não contássemos com o recurso do acento gráfico. Idem com "amara" e "amará", "pôde" e "pode" etc. Diante do exposto, já se precebe a imprescindibilidade do uso dos acentos gráficos para a escrita. Portanto, erro de acentuação gráfica também é erro gramatical.

                                                                                                     >>por Prof. Leo Ricino*

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Erro de Ortografia.

A língua portuguesa é etimológica, ou seja, as palavras são escritas de acordo com sua própria origem. Assim, não existe, por exemplo, "octagésimo" em português, porque a forma "octogésimo" já veio assim do latim octogesimu. Escrevemos "justiça" porque o "t" latino, em determinadas situações e a partir de algum momento, transformou-se em "ç" em português: justitia > justiça; petitio/onis > petição: locutio/onis > locução, etc.
Portanto, sendo nossa língua etimológica e assim consagrada nos oito países que a têm como oficial, escrever de forma que fuja à origem é um erro de português. Não dá para aceitar uma "caza" assim, com "z", porque não era assim no latim. Ou "análize"  porque veio do latim análusis. Erro de ortografia é, portanto, um erro gramatical e linguístico.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Simples

Simples
simplesmente simples
tão simples
que chega a ser sublime



Sublime da alma
sublime do côncavo
sublime do âmago
sublime e simples




A simplicidade às vezes
tenta disfarçar
mas não alcança
lança...
cansa...




Simples
simplesmente simples
tão simples que,
lança...
cansa...
alcança...




Marcelo Moreira Marques

Dúvidas de Português "A nível " ou "Em nível"?

"A nível" ou "Em nível"?

Essa expressão requer a preposição "em", portanto a forma correta e a única que deve ser usada é "em nível". O mais interessante dessa expressão é que ela não é necessária e pode ser suprimida, pois não acrescenta nada ao que se escreve ou se diz. Por exemplo:
O assunto deve ser tratado em nível de família. (= O assunto deve ser tratado em família.)
Isso possibilita analisar o problema em nível de múltiplas soluções. (= Isso possibilita analisar o problema em múltiplas soluções.)
O tema foi decidido numa reunião em nível de juízes. (= O tema foi decidido numa reunião de juízes.)
Sua tarefa é desenvolver um trabalho em nível de exercícios para pessoas idosas. (= Sua tarefa é desenvolver um trabalho de exercícios para pessoas idosas.)
A campanha será feita em nível mundial. (= A campanha será mundial.)

ATENÇÃO
É correto o emprego da expressão "ao nível de" quando se quer dizer que algo está na mesma altura em relação a outra coisa, seja com sentido próprio (denotativo) ou sentido figurado (conotativo). Por exemplo:
Ubatuba está ao nível do mar. (= Ubatuba está na mesma altura do mar.)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lembranças

O vento
lá fora
que embaraça seus cabelos
me traz lembranças...
do passado...
de um passado de incógnita
de lógica...
de razão...



Traz também a imensidão
do presente
do momento de amor
calor...



O vento
lá fora
que tanto agita
grita...
grita a palavra
amor...
lembranças...





Marcelo Moreira Marques

domingo, 28 de novembro de 2010

O que é Linguística?

Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria.
Portanto, a função de um linguista é estudar toda e qualquer manifestação linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.
Para um linguista é muito mais interessante uma passagem do tipo:
Cumé qui é?
a outra:
Como é que é?
pois as variações linguísticas e seus motivos socio-culturais são, cientificamente, muito mais relevantes do que a norma padrão da língua, isto é, o jeito “correto” de falar.
O linguista quer descobrir como a língua funciona, estudando várias dessas línguas, de forma empírica (através de dados baseados na experiência), dando preferência às variações populares faladas em diversas comunidades.
Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem a uma teoria linguística expressamente formulada para esse fim.

Divisões da Linguística

1. Considerando o foco da análise:
  • Linguística Descritiva (ou sincrônica): Fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve;
  • Linguística História (ou diacrônica): Analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas;
  • Linguística Teórica: Procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças;
  • Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.
  • Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.
2. Considerando o que constitui a língua:
  • Fonologia: Estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas;
  • Morfologia: Estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação;
  • Sintaxe: Estuda as funções das palavras nas frases;
  • Semântica: Estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;
3. Considerando suas conexões com outros domínios:
  • Psicolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a mente;
  • Sociolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a sociedade;
  • Etnolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)

Momento

Qualquer momento
um instante...
um forte vento
sem pudor



A dor...
consente
sente e fala
momento



Momento de dor
calor...
pudor...


Fragilidade súplica
num instante qualquer
de um momento inesquecível.


Marcelo Moreira Marques