sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Conheça melhor Paulo Leminski

Último texto
Poesias
Paulo Leminski

I

Confira
tudo que
respira
conspira

II

Tudo é vago e muito vário
meu destino não tem siso,
o que eu quero não tem preço
ter um preço é necessário,
e nada disso é preciso

III
Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi

IV
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

V

O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique

Paulo Leminski nasceu aos 24 de agosto de 1944 na cidade de Curitiba, Paraná. Em 1964, já em São Paulo, SP, publica poemas na revista "Invenção", porta voz da poesia concreta paulista. Casa-se, em 1968, com a poeta Alice Ruiz. Teve dois filhos: Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela. De 1970 a 1989, em Curitiba, trabalha como redator de publicidade. Compositor, tem suas canções gravadas por Caetano Veloso e pelo conjunto "A Cor do Som". Publica, em 1975, o romance experimental "Catatau". Traduziu, nesse período, obras de James Joyce, John Lenom, Samuel Becktett, Alfred Jarry, entre outros, colaborando, também, com o suplemento "Folhetim" do jornal "Folha de São Paulo" e com a revista "Veja". No dia 07 de junho de 1989 o poeta falece em sua cidade natal. Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Sua obra tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Seu livro "Metamorfose" foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Em 2001, um de seus poemas ("Sintonia para pressa e presságio") foi selecionado por Ítalo Moriconi e incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva — Rio de Janeiro.
Bibliografia:

- Catatau (prosa experimental). Curitiba, Ed. do Autor, 1975.

- Quarenta clic's de Curitiba. Poesia e fotografia, com o fotógrafo Jack Pires. Curitiba, Etecetera, 1976.

- Polonaises. Curitiba, Ed. do Autor, 1980.

- Não fosse isso e era menos/ não fosse tanto e era quase. Curitiba, Zap, 1980.

- Tripas. Curitiba, Ed. do Autor, 1980.

- Caprichos e relaxos. São Paulo, Brasiliense, 1983.

- Agora é que são elas (romance). São Paulo, Brasiliense, 1984.

- Hai Tropikais (com Alice Ruiz). Ouro Preto, Fundo Cultural de Ouro Preto, 1985.

- Um milhão de coisas. São Paulo, Brasiliense, 1985.

- Guerra dentro da Gente. São Paulo, Scipione, 1986.

- Caprichos e relaxos. São Paulo, Círculo do Livro, 1987.

- Distraídos venceremos. São Paulo, Brasiliense, 1987.

- A lua foi ao cinema. São Paulo, Pau Brasil, 1989.

- La vie en close. São Paulo, Brasiliense, 1991.

- Metaformose, uma viagem pelo imaginário grego (prosa poética/ ensaio). Iluminuras, São Paulo, 1994. (Prêmio Jabuti de Poesia, 1995)

- Winterverno (com desenhos de João Virmond). Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, 1994.

- Szórakozott Gyozelmunk (Nossa Senhora Distraída) — Distraídos venceremos, tradução de Zoltán Egressy.

- Coletânea organizada por Pál Ferenc - Hungria, ed. Kráter, 1994.

- Descartes com lentes (conto). Col. Buquinista, Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, 1995.

- O ex-estranho. Iluminuras, São Paulo, 1996.

- Melhores poemas de Paulo Leminski. (seleção Fréd Góes) Global, São Paulo, 1996.

- Aviso aos náufragos. Coletânea organizada e traduzida por Rodolfo Mata. Coyoacán - México,   Eldorado Ediciones, 1997.

- Agora é que são elas (romance). Fundação Cultural de Curitiba, 1999.

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